Saturday 6 March 2021

Umbigo de Vénus (Umbilicus Rupestris)

O Umbigo de Vénus (Umbilicus Rupestris) é uma planta perene, da família das Crassuláceas, conhecida vulgarmente como bacelos, bifes, cachilro, chapéus-de-parede, cauxilhos, chapéu-dos-telhados, cochilros, conchelos, copilas, couxilgos, orelha-de-monge, sombreirinho-dos-telhados, Inhame-de-lagartixa (na Madeira) e em inglês Navelwort. Tanto o nome vernáculo, "umbigo-de-vénus" como o nome científico do género "Umbilicus" devem-se à forma arredondada das folhas, com uma depressão semelhante a um umbigo no centro. O apelido Rupestris significa das paredes e simboliza o seu habitat natural.
Encontra-se por toda a  Europa setentrional, particularmente na região mediterrânica e também Grã-Bretanha, Irlanda, Bulgária e Norte de África.

Descrição

Trata-se de uma planta perene, suculenta, de folhas basais, carnudas na base e extensamente pecioladas. O caule é ereto e guarnecido em quase toda a sua extensão por flores e botões pendentes formando longos cachos branco amarelados ou avermelhados. As flores, suspensas por um pequeno cálice, possuem cinco pétalas soldadas em forma de tubo. As folhas suculentas, muito verdes quando tenras, pela força da exposição solar começam a ficar avermelhadas. A raiz forma uma toiça espessa formando tubérculos que perpetuam a planta. Mede entre 15 a 50cm e floresce normalmente a partir de abril e os frutos, verdes, amadurecem ao longo do Verão. 

Cultivo

Pode ver-se em escarpas e troncos de árvores, sendo frequente em muros e paredes onde haja sombra ou ainda em fendas húmidas de superfícies rochosas onde poucas plantas se conseguem desenvolver. Daí o termo "chapéu-de-parede" onde se denota o seu habitat preferencialmente rupícola e ruderal. Preferem solos ácidos e siliciosos, paredes com musgo, bosques, cascas de árvores e telhados. 

Nutrição

Contém sais minerais, sobretudo cálcio, potássio, silício, ferro, vitamina C, mucilagens, açúcares e  trimetilamina tanino. Tem propriedades detersivas, emolientes, resolutivas, cicatrizantes, refrescantes, calmantes, diuréticas, anti-hemorrágicas e antisépticas.




Utilização

Não sendo uma das plantas mais faladas ou recomendadas na Antiguidade, é referenciada em Inglaterra, em 1653, por Nicholas Culpepper no livro “The english physician", registam-se também diversos preparados em homeopatia e em medicina asiática, exercida, quer por chineses, quer por ayurvédicos indianos. 

Os homeopatas por norma referem-se a ela como Cotyledon umbilicus, nome  usado cientificamente quando se começou a desenvolver a homeopatia.


No seu livro, Nicholas Culpepper afirma que o sumo ou água dela destilada, ao ser bebida, tem efeitos notáveis no tratamento de todas as inflamações e febres não naturais, de modo a acalmar estômagos e fígados inflamados, bem como os intestinos: a planta, suco, ou água dela destilada, poderá, por conseguinte, e se aplicada exteriormente, curar borbulhas, fogo de santo antónio, entre outras inflamações externas. O referido suco ou água ajuda a curar rins doridos, lacerados, que sofram de pedra ou ulcerados no interior; provoca a produção de urina, útil para inchaços, e quebra a pedra. Usada em banhos ou como unguento, pode acalmar achaques de hemorróidas. Não é menos efectiva no tratamento das dores da gota, da ciática, bem como nos nós de garganta ou escrófulas, conhecidas como mal do rei: no tratamento de frieiras, mesmo que ulceradas, lavando-as com o suco ou cobrindo-as com o unguento a partir dele feito, colocando também uma parte da película inferior da folha sobre elas: é também usado em feridas recentes para estancar o sangue e cicatrizá-las rapidamente.."



São mais comuns as suas utilizações externas do que internas, sendo usada para tratar calosidades, feridas, úlceras cutâneas, picadas de inseto e dores de ouvidos. Aplica-se diretamente a folha sobre a pele depois de remover a cutícula inferior da planta ou pode ser esmagada e aplicada em compressas ou ainda aplicando o seu sumo. Eficiente na cura e cicatrização de feridas, alívio de queimaduras, eliminação de borbulhas e frieiras. É ainda utilizado para aumentar a emissão da urina, tomando uma colher de sopa em jejum, dissolvido num copo de água. Uma das utilizações populares é aquecer em azeite para aliviar dores reumáticas e amaciar a pele. Pode-se fazer uma pomada calmante e sedativa, misturando-se o  suco  com um pouco de leite como uma loção  calmante para rostos doloridos ou rachaduras em crianças.

Há quem compare e afirme que o umbigo de venús tem as mesmas propriedades do Aloé Vera.


Na culinária é consumido em saladas, sandes, omeletes, quiches e batidos, apresentando uma textura crocante e um sabor fresco. Pode incluir-se em sopas, devendo ser colocada logo após a fervura da mesma e apagar de imediato o fogo.


Contra Indicações

A planta tende a absorver metais pesados, como tal deve ser evitada a sua apanha em locais poluídos e contaminados. Por falta de estudos desaconselha-se o uso por grávidas..


Receitas





Fontes:

https://observancias.blogs.sapo.pt/19556.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbilicus_rupestris

https://luis-eg.blogspot.com/2016/05/conchelos.html

https://revistajardins.pt/umbigos-de-venus-uma-silvestre-comestivel/

https://parquebiologico.pt/animais-plantas/flora/herbaceas/item/conchelos

https://saudembeleza.blogspot.com/2017/12/beneficios-umbigo-de-venus-umbilicus.html


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